28/12/2023

Como Seria a Minha Versão do Universo Transformers Baseada nas Minhas Ideias de Infância


    Olá, boa noite.

    Hoje decidi escrever uma fanfic de Transformers para vocês, baseada nas lembranças que tenho de mais ou menos como eu imaginava a minha própria versão de Transformers quando eu era apenas uma doce e inocente criança mimada.

    Naquela época, eu só conhecia o desenho animado que atendia por uma trindade de nomes: Car Robots no Japão, Robots in Disguise nos EUA e A Nova Geração no Brasil, criado no ano 2000 mas que estreou por aqui algum tempinho depois disso. Eu devia ter uns 6 ou 7 anos quando vi pela primeira vez e, durante meus primeiros anos como fã de Transformers, era a única fonte de conhecimento sobre a franquia que eu tinha para me basear. Somente quando eu tinha 10 anos é que foi lançado o primeiro filme live-action, que eu nem preciso dizer que saiu em 2007 porque esse número já é sinônimo com o título do filme, e que serviu como a minha segunda inspiração criativa.

    Uma coisa que eu sinto muita saudade daqueles tempos é a compreensão diferente que eu tinha do que realmente define "Transformers". Hoje em dia o meu entendimento da coisa é grosseiramente corporativo, devido há mais de uma década de envolvimento com a franquia oficial e o seu fandom alucinado. Hoje compreendo Transformers como uma marca registrada da Hasbro (e, por extensão, da TakaraTomy), que é quem toma todas as decisões oficiais, assim como sei que existem determinados personagens que são importantíssimos para o status quo da franquia (Optimus Prime, Megatron, Bumblebee, Starscream, Soundwave etc) e que existe hoje mais ou menos um consenso de como é a verdadeira história desses personagens. Apesar de existirem dezenas, talvez centenas de interpretações diferentes criadas ao longo de 40 anos, a tendência é que cada vez mais todas as versões se centralizem em uma única história padronizada. Mas não entrarei em mais detalhes sobre isso agora, pois meu texto anterior neste blog já tratava bastante desse assunto e do quanto me sinto frustrado como fã pela franquia hoje girar unilateralmente em torno de uma visão modernizada da G1, eliminando cada vez mais novas possibilidades de se reinventar.

    É natural que, quando eu era criança, eu não soubesse de nada disso, o que me permitia ter uma interpretação muito mais ampla do que eu achava que poderia contar como "Transformers". Na verdade, eu já era super fã de qualquer coisa que envolvia transformações e mudanças de formas muito antes de conhecer Transformers. Isso inclui os Zords e Megazords dos Power Rangers, as digivoluções dos Digimons e especialmente os seus brinquedos transformáveis, as armaduras dos Cavaleiros do Zodíaco que também podiam ser montadas e desmontadas nos brinquedos, Lego e outras pecinhas, e por aí vai. Mas quando eu descobri Transformers, eu interpretei aquilo como a versão mais pura dessa ideia: um Transformer é um robô que vira um carro, mas também pode ser qualquer coisa que vira outra coisa desde que uma dessas coisas tenha vida própria! É isso, gostei, genial!

    E foi assim que comecei a criar meus próprios personagens, desenhando primeiro no papel e depois no computador. Foram, sem dúvida nenhuma, centenas e mais centenas de criações minhas ao longo daqueles primeiros anos. Tive até mesmo fases mais ousadas em que fazia aviõezinhos e barquinhos de papel que se transformavam em robôs através de mais algumas dobras, recortes e partes coladas. Uma vez até tentei desenhar modos robôs para todos os meus Hot Wheels, mas esse projeto não foi pra frente quando se provou difícil demais para as minhas habilidades da época. Mas os personagens que eu conseguia inventar se transformavam em todo tipo de coisa que eu pudesse imaginar. Criei robôs dinossauros muito antes de conhecer os Dinobots oficiais. Criei robôs que se transformavam em móveis e aparelhos domésticos. Criei robôs que viravam veículos que até hoje nunca foram usados oficialmente, como colheitadeiras e navios de cruzeiro. Eu não me importava com os personagens nem as facções oficiais que eu conhecia do desenho animado. Eu inventava meus próprios nomes, que às vezes eram simples palavras em português mas que na maioria das vezes eram uma sopa de letrinhas ininteligível que eu achava que soava parecido com inglês. Eu era verdadeiramente feliz criando tudo aquilo e uma das minhas maiores dores no peito que carrego até hoje é por não ter sobrado um único registro sequer devido a inúmeros descuidos ao longo dos anos. Por isso escrevo isto, para ao menos preservar essas memórias nestas palavras.

    Quando assisti o filme pela primeira vez, ele com certeza teve um impacto muito grande na minha interpretação de Transformers. Continuei fazendo meus desenhos e criando meus próprios personagens sem parar do jeitinho que fazia antes, mas já entendia que alguns nomes como Optimus Prime, Megatron, Autobots e Decepticons eram mais importantes do que eu previamente acreditava. Eles não podiam faltar. Mas as diferenças no resto dos elencos do desenho animado e do filme ainda me ofereciam muita liberdade em acreditar que podiam existir tantos outros personagens diferentes quanto eu quisesse. As histórias do desenho animado e do filme também eram diferentes, mas possuíam uma constante importantíssima: em ambas, os Autobots faziam amizade com um moleque humano comum e mantiam sua existência em segredo de quase todo o resto do mundo. Esse moleque, que era o Koji Onishi no desenho e o Sam Witwicky no filme, era o que em termos literários é chamado de "audience surrogate", ou seja, o personagem que mais representa o público-alvo daquela história. Sendo bem direto ao ponto, era o personagem que me representava. Eu, que também era um moleque humano comum, podia perfeitamente me enxergar no lugar de Koji e Sam, apesar do meu pai não ser um cientista que foi sequestrado pelo Megatron e do meu tataravô não ter sido um explorador que ficou louco ao encontrar o Megatron congelado no Ártico. Mas certamente haveria de ter outra razão para que os Autobots me escolhessem para ser seu aliado humano que não envolvesse um de meus antepassados caindo vítima do Megatron!

    Tá bom, eu confesso que eu nunca pensei direito nessa parte. Por que logo EU seria o escolhido dos Autobots? Sei lá, não importa! Se pudéssemos misturar uma fanfic com outra, eu diria que é porque eu tenho o Omnitrix e isso faz com que os Autobots me reconheçam como um herói digno de lutar ao lado deles. Mas como não quero incluir crossovers aqui, vou ficar devendo essa resposta. Além do mais, existem muitas outras versões de Transformers onde a molecada principal faz amizade com os Autobots totalmente por acidente, como em Armada e Prime, então só o que eu precisaria seria um dia dar a sorte de descobrir um Transformer tentando se disfarçar na minha frente e assim ele seria obrigado pelas regras de boa conduta cybertroniana a me adotar como seu novo amigo humano!

    Foi mais ou menos dessa maneira que eu comecei a imaginar como seria a minha própria versão de Transformers se eu, modéstia a parte, fosse o protagonista humano dela. Em minha defesa, eu era uma criança de 10 ou 11 anos, então eu ainda podia achar que o universo inteiro girava em torno do meu próprio umbigo sem que isso fosse um problema pra ninguém.

    Vou então contar a vocês tudo que conseguir pensar sobre como seria a minha versão de Transformers baseada nas minhas memórias de infância! Antes disso, quero apenas deixar algumas coisinhas bem claras. Uma delas é que isto é, obviamente, uma reconstituição feita por mim já adulto baseada no que ainda consigo lembrar daquela época. Também é natural que eu reestruture e embeleze algumas coisas, porque seria um saco ler um texto todo cheio de "acho que era isso, acho que era aquilo...". Prefiro aproveitar a oportunidade para justamente transformar minhas antigas memórias em uma verdadeira fanfic, criando uma estrutura coerente para ela e, por que não, adicionando uma coisinha nova aqui e ali que eu tenha pensado ao longo dos anos. Por último, quero reforçar que não estou me prendendo a nenhuma versão oficial de Transformers que existe de verdade; vou apenas pegar emprestado alguns elementos oficiais que eu já conhecia na época conforme achar necessário, mas vou ignorar completamente coisas que não me interessarem incluir nesta versão. E só mais um detalhe, se você não quer me imaginar como o protagonista dessa história, é só me substituir por qualquer protagonista genérico que você quiser que eu tenho certeza que tudo vai dar absolutamente na mesma! Então vamos vá:

    A origem dos Transformers neste universo não era para ser importante, assim como toda a história antiga que se passa em Cybertron. Hoje em dia estamos muito mal acostumados a valorizar essa área da mitologia da franquia quando esse nunca deveria ter se tornado o foco. Em RID, o desenho que cresci assistindo, o passado nunca é explorado e apenas brevíssimas menções sobre ele são feitas esporadicamente. O mesmo vale para o primeiro filme, que revela apenas que os Transformers surgiram graças ao poder do AllSpark e entraram em guerra pela sua posse. Simples, mas eficiente. Na minha infância, nunca perdi tempo imaginando a origem da minha versão, mas gostaria de apresentá-la aqui com ideias que tive mais recentemente. O planeta Cybertron teria se criado como qualquer outro, sem nada de especial além de possibilitar o surgimento e a evolução da vida semelhante ao planeta Terra, mas através de elementos diferentes que fizeram com que seres vivos sencientes e depois conscientes não fossem construídos de uma base orgânica, mas sim inicialmente elétrica. O Energon seria o equivalente à água nesse planeta, e seria no fundo de seus oceanos que a vida surgiria pela primeira vez na forma de pequenos impulsos elétricos. Só de mencionar isso, algumas pessoas já podem estar se lembrando do Kremzeek, os pequenos gremlins de energia que atormentam os Transformers em um episódio da G1, e de fato acho que eles são bons exemplos de como seria uma forma de vida primitiva no meu universo. A queda de um enorme asteróide composto quase inteiramente de irídio, semelhante ao que extinguiu os dinossauros não-avianos no fim do período cretáceo da Terra, cobriria toda a superfície do planeta com esse elemento, que seria altamente reativo ao contato com o Energon. Essa reação seria tão poderosa que, apenas algumas centenas de anos depois (um piscar de olhos se comparado aos milhões de anos de lenta evolução que já teriam se passado desde a formação do planeta na órbita de sua estrela), toda a superfície rochosa do planeta seria coberta por novas ligas metálicas que jamais seriam encontradas em outro lugar do universo, criadas graças a essa reação entre o irídio e o Energon. Até mesmo os oceanos seriam todos cobertos por uma grossa camada metálica, fazendo com que, visto do espaço, o planeta inteiro pareça uma perfeita esfera metálica. Todas as formas de vida nadando nos mares de Energon também seriam afetadas, evoluindo ao longo de mais alguns milhões de anos para formas que, apesar de tão vivas quanto qualquer animal de carne e osso que habita a Terra, possuem corpos inteiramente compostos pelas ligas metálicas exclusivas de Cybertron e aparências que, por costume, nos fariam chamá-los de "robôs". No entanto, seus três principais órgãos vitais, o cérebro, a centelha e o T-cog (sim, estou roubando isso da ficção oficial da franquia, vão fazer o quê, me denunciar pra Hasbro?) ainda seriam compostos em seu interior pelos mesmos tipos de impulsos elétricos primordiais que iniciaram a vida no planeta.

    Resumindo o parágrafo anterior, minha versão de Transformers é Darwinista, e não Criacionista como todas as versões oficiais tendem a ser. Isso não apenas soa muito mais realista para mim, como também facilita a nossa compreensão de que os Transformers são de fato seres vivos iguaizinhos a nós, e não meras máquinas montadas por um criador que por acaso desenvolveram sentimentos.

    Eu não pretendia me aprofundar muito nesse lance de passado, mas acabei não resistindo enquanto escrevia. Pra ver como esse é um assunto que desperta o lado mais criativo do meu cérebro. Pena que ainda não descobri como ganhar dinheiro com isso. Mas enfim, podemos imaginar que, ao longo da evolução da vida no planeta, muitas civilizações surgiram e desapareceram, dando origem a diversos mitos e culturas que sobrevivem até hoje, fazendo outro paralelo com a nossa Terra. A principal diferença é que, entre cybertronianos, não existiriam divisões de espécies e nem barreiras linguísticas como existem entre os terráqueos. Todo cybertroniano, independente de tamanho, forma ou região que habita, se comunica no mesmo idioma. Esse idioma soaria como uma mistura daqueles grunhidos que ouvimos no primeiro filme (porque aquela ainda é a minha forma oficial favorita da fala cybertroniana) com diferentes tipos de música eletrônica dependendo do contexto, do humor e da entonação da conversa. Em outras palavras, seria delicioso aos ouvidos humanos, praticamente um orgasmo auditivo. Da mesma maneira, a individualidade de formas de cada cybertroniano seria tão vasta que seria impraticável tentar classificá-los em diferentes espécies. No entanto, como estamos falando de Transformers aqui, precisamos fugir um pouco dos nossos princípios Darwinistas e forçar a evolução da espécie a assumir, na maior parte da população, um formato de corpo humanóide (nossa, que coincidência que esses alienígenas se parecem tanto com seres humanos da Terra, não é mesmo?!). Pois é, aí não tem muito o que fazer mesmo, sinto muito, galera. Depois da descoberta da transformação, a maioria dos cybertronianos desenvolveria modos veiculares para facilitar a sua locomoção na superfície do planeta, mas também surgiriam modos alternativos especializados para outras funções, como armas, ferramentas, e formas animalísticas (entenda-se como os antepassados dos modos animais) que seriam melhor adaptadas a explorar os territórios do interior do planeta. Agora que milhões de anos de evolução já se passaram e centenas de diferentes civilizações já se ergueram e caíram nesse tempo, podemos observar que a superfície de Cybertron não é mais perfeitamente lisa e arredondada, mas já adotou a aparência ultratecnológica com sinais de vida e desgaste que estamos mais acostumados a ver.

    Um aspecto que acho importantíssimo colocar aqui, e que é algo que já fazem muitos anos que venho pensando comigo mesmo, é a questão da expectativa de vida dos Transformers. Nunca gostei desse negócio de eles serem praticamente imortais, vivendo milhões de anos numa boa como se isso não fosse nada. É um dos maiores furos da história da ficção científica moderna querer acreditar que o Bumblebee ainda é considerado um adolescente depois de passar milhões de anos participando de uma guerra ao lado de alguém como o Ironhide ou, pior ainda, o Kup, que são considerados "velhos". Fico triste que nenhuma versão oficial de Transformers até hoje tenha tentado abordar e resolver essa questão das idades, por isso me disponho a apresentar a minha solução aqui. Você pode não concordar com ela, mas lembre-se que este é apenas um exercício mental da minha parte e que a minha ideia só é válida e compatível com a minha própria versão da franquia, não com os seus preciosos desenhos, filmes e quadrinhos oficiais, tá? No meu universo, a expectativa de vida normal de um cybertroniano é extremamente curta, em média 200 a 500 anos. Isso mesmo, não 200 mil nem 500 milhões, apenas duzentos a quinhentos anos. Para mim isso é extremamente importante para reforçar a ideia de que eles são seres vivos tão mortais quanto nós e que apenas vivem um pouco mais por possuírem características biológicas mais bem adaptadas a avanços tecnológicos. A ideia de que um Transformer pode viver milhões de anos ou quem sabe até pela eternidade só me faz interpretá-los como máquinas alimentadas por uma bateria infinita e, como já demonstrei diversas vezes aqui, essa é uma interpretação da qual quero me afastar o máximo possível. Em casos raros no meu universo, alguns indivíduos já foram documentados como atingindo a casa dos mil anos de idade, mas nunca mais do que isso. Mais uma vez, o envelhecimento consistente e a morte inevitável devem ser conceitos tão naturais para eles quanto são para nós.

    E já que eu falei em ciclo de vida e morte, acho que não vou escapar de ter que responder como eles nasceriam na minha versão. Mas não se preocupem, eu não tenho interesse em fazer com que esse aspecto deles seja "igualzinho ao nosso" também. Eu gosto de conceitos como o dos "hot spots", os campos naturais apresentados nos quadrinhos da IDW de onde novas centelhas brotam espontaneamente. Também gosto dos casulos contendo protoformas fetais apresentadas em Revenge of the Fallen. E até mesmo dos raros e bizarros casos de "budding", um processo de clonagem espontânea introduzido nos quadrinhos da G2. O que eu não gosto, pelo menos no contexto do meu universo, é de coisas como simplesmente construir um novo indivíduo como se constrói uma máquina, e acho que a essa altura já nem preciso mais explicar o porquê. Em outras palavras, coisas como o Wheeljack construindo os Dinobots ou o Megatron construindo os Stunticons não podem existir na minha versão. Se você tentar construir um Transformer, você vai acabar com algo como o Nemesis Prime da série Prime e nada melhor do que isso. No entanto, equipamentos transformáveis sem vida própria podem ser construídos usando tecnologia cybertroniana, possibilitando a construção de Transtectors para os pequenos Headmasters, por exemplo.

    Enfim, chegamos ao momento em que a civilização cybertroniana atingiu o seu auge, a famosa "Era de Ouro", na qual explorações espaciais se tornaram rotina e um número cada vez maior de indivíduos passaram a adotar formas voadoras, que podemos interpretar como uma adaptação evolutiva. A Era de Ouro é a civilização mais bem-sucedida e duradoura da história do planeta, existindo por alguns milhares de anos até inevitavelmente colapsar graças ao início da Grande Guerra que devastou o planeta até ele ser consumido pela morte (viram o que eu fiz aqui? Viram?). Diferente das outras versões de Transformers, que apresentam a guerra como algo que já está rolando há milhões de anos antes dos Transformers chegarem à Terra pela primeira vez, na minha versão a guerra começou há apenas alguns séculos em relação a nós. Coisa recente. Afinal, é bom lembrar que o meu Optimus Prime tem apenas alguns séculos de vida para gastar em Cybertron, no espaço e por fim na Terra, então não temos tempo a perder. Mais importante ainda é o fato de que, quando os Transformers chegam na Terra no nosso presente, essa é MESMO a primeira vez que eles estão chegando, e nunca aconteceu nenhuma daquelas palhaçadas de eles terem secretamente participado de todos os eventos da história da humanidade. Nada de Ordem dos Witwiccans e nem mesmo Setor Sete pra cima de mim, não!

    Tudo isso que eu falei aí em cima são coisas que, como deve ter ficado óbvio, não faziam parte da verdadeira versão da minha infância, mas eu não resisti a incluí-las aqui na minha versão "revisada". Como eu já disse, eu não perdia tempo pensando no passado (coisa que eu queria muito, muito mesmo, saber fazer hoje em dia também). Inclusive, eu até tinha uma interpretação totalmente diferente de como eu imaginava que os Transformers seriam antes de cair no nosso planeta. Eu já conhecia o conceito de protoformas graças a um episódio de RID e depois me familiarizei melhor com elas quando elas voltaram a aparecer nos filmes, mas foi outro conceito que ganhou a minha imaginação na época. Me inspirando diretamente no Ultra-T do Ben 10 e no Venom do Homem-Aranha, eu imaginei que a forma mais pura de um cybertroniano seria uma espécie de massa amórfica, escura e tecnorgânica que cairia na Terra pegando carona com meteoritos, e depois absorveria um veículo ou outro objeto de sua escolha para adotá-lo como a base estrutural de seu novo corpo. Sim, eu sei que isso parece mais coisa de filme de terror, mas eu realmente gostava dessa ideia. Ainda acho que dá para fazer um excelente filme de ficção científica usando esse conceito, mas convenhamos que usá-lo aqui seria um pouco diferentão demais até mesmo para a minha versão de Transformers que já é cheia de peculiaridades. Podemos quem sabe incluir essa massa amórfica como parte do processo de nascimento descrito dois parágrafos acima, mas acho melhor deixá-lo de fora do processo de chegada na Terra. Para isso, prefiro usar protoformas semelhantes às do primeiro filme, que são muito mais eficientes e discretas do que usar espaçonaves ou qualquer outro meio de transporte que possa deixar vestígios consideráveis para trás. Afinal, estamos tentando ser discretos aqui!

    Eis que FINALMENTE chegamos na parte que realmente importa, a parte que eu vivia sonhando acordado durante todos os meus dias e noites quando a vida ainda me permitia ser assim, tão feliz, sem nem saber.

    A história começa apresentando o nosso protagonista humano, que pode ou não ser eu mesmo quando era criança, na faixa dos 10 anos de idade, conhecendo o seu parceiro Autobot. Como eu já disse bem lá em cima, não precisa haver um motivo específico pra isso. Os Autobots não estão procurando os óculos de ninguém. Não me considero tão especial assim ao ponto de ter sido pessoalmente selecionado por eles para a vaga de melhor amigo humano. Eu simplesmente dei a sorte de ser uma das únicas pessoas que descobriu sobre a existência deles e por isso fui acolhido por eles. Agora, quem exatamente seria o meu parceiro Autobot pode depender de um fator, se iremos nos prender a personagens existentes na franquia ou se vamos nos dar a liberdade de usar meus próprios personagens. Se vamos usar personagens oficiais, como se estivéssemos escrevendo com o selo de aprovação da Hasbro, é fácil imaginar que a empresa faria questão de usar o Bumblebee nesse papel e nem sequer cogitaria outro nome. É lógico que eu ficaria feliz pra burro se tivesse o Bumblebee de parceiro, mesmo se fosse por obrigação contratual, mas também acho legal imaginar outras possibilidades. Como cresci com RID, gosto da ideia de usar o X-Brawn ou o Side Burn. O Prowl não porque ele é policial. Confesso que hoje em dia me dá vontade de usar uma personagem feminina, como a Arcee de Prime, mas vou me limitar a um personagem masculino porque é o que eu teria escolhido quando era um pirralinho remelento e machista. Se formos um pouco mais ousados e nos permitirmos o uso de criações minhas, existe uma que se destaca das demais para esse papel. Era um personagem simpático que eu batizei de Fênix. Eu sei, não é o nome mais criativo do mundo, ainda mais porque na verdade já existe um Autobot chamado Phoenix em Super-God Masterforce, mas eu não tinha como saber disso na época. Provavelmente o motivo do nome foi porque eu havia idealizado ele como se transformando no carro da minha família, um Corsa hatch modelo da década de 1990 de cor vermelha escura (acho que o nome correto é vermelho goya, pelo que andei pesquisando), um típico carro da classe média brasileira. Uma boa escolha para começarmos nossa história com um pouco de humildade, não acham? E também para fazer um paralelo com o Bumblebee mudando de forma no filme, porque quando minha família trocou o Corsa por um Celta preto novinho em folha, eu imaginei o Fênix mudando junto. Tudo bem, não é exatamente a mesma coisa que o Bee virando um Camaro de última geração, mas era só o que eu tinha pra trabalhar naquele momento. Se eu fosse criar esse personagem do zero hoje, certamente pensaria em um nome melhor que Fênix, mas, como já fazem tantos anos que o estabeleci com esse nome na cabeça, acho que é tarde demais para forçar uma troca agora. Quanto ao modo veículo, continuo gostando muito da ideia de ele começar como o Corsa vermelho e algum tempo depois atualizar para o Celta preto, então vou deixar ele assim mesmo. Mas quem sabe que novas formas e cores o futuro tem reservado para ele...

    Desde aquela época, eu já imaginava um cenário em que o Fênix cairia do céu nos fundos da minha casa, onde tinha um terreno baldio grande o suficiente para absorver o impacto sem causar destruição ao redor. Tudo bem, seria impossível outras pessoas não notarem a queda de um objeto vindo do espaço no meio de uma cidade de interior, e realmente não vou nem tentar argumentar a favor disso. Recentemente assisti o anime Brave Police J-Decker e percebi que a maneira como o menininho protagonista descobre seu parceiro robô é exatamente de um jeito que eu costumava sonhar que poderia acontecer comigo também. Certo dia, ele tropeça em algum lugar sem querer e quando se dá conta já está caindo em um túnel de ventilação que o leva até uma base secreta onde o robô está sendo construído. Essa ideia é tão boa que vou copiar na cara dura, mas só porque eu juro que é o tipo de coisa que eu sei que teria sido capaz de imaginar quando era pequeno. Então na minha história, eu estaria brincando sozinho no terreno baldio nos fundos de casa e ativaria por acidente uma entrada supersecreta que me levaria até uma pequena base subterrânea, onde Fênix estaria escondido. Ele me explicaria que faz parte da primeira expedição de Autobots que chegaram na Terra há alguns meses atrás e que se espalharam ao redor do planeta por vários motivos que não precisam ser explicados todos de uma vez. A sua base de operações é apenas um protótipo de um projeto muito mais ambicioso que os Autobots estão tentando realizar. Fênix é deixado sozinho para trabalhar na sua parte do projeto, o que o faz se sentir solitário desde cedo devido à sua personalidade extrovertida e carismática. Assim como todos os outros membros da sua expedição, ele recebeu ordens de se esconder dos humanos e não interagir diretamente com eles, mas agora que eu o descobri ele não vê problema em fazer amizade comigo, desde que eu também mantenha o seu segredo. Sem sabermos disso ainda, a história se repete várias vezes ao redor do mundo, com outros Autobots também fazendo amizade com outras pessoas.

    Assim, eu e Fênix passaríamos os nossos primeiros meses juntos apenas curtindo a vida na nossa base secreta e às vezes nos arriscando a dar alguns passeios ao ar livre. Aos poucos, conforme Fênix trabalha, a base vai ampliando e melhorando, até que chega o dia em que ele revela que instalou um novo programa experimental no computador da base, uma espécie de inteligência artificial capaz de assumir uma forma holográfica para interagir conosco dentro da base. Em outras palavras, sim, eu estou incluindo a T-AI na minha história e ninguém pode me criticar por isso! Tem gente no Japão que casa com a Hatsune Miku na vida real, então eu também posso ter a companhia de uma menina holográfica na minha historinha de mentirinha se eu quiser! Quem me julgar não tem coração!!! Eu era uma criança que se sentia solitária e tinha dificuldade em fazer amigos (ou melhor, em manter as minhas amizades sem estragá-las feito um idiota), então na verdade seria até bom ter uma amiga holográfica com quem eu pudesse treinar um pouco as minhas habilidades sociais sem me sentir pressionado.

    Um ano ou dois se passariam sem nada de mais acontecer. A base já estaria muito mais aperfeiçoada, Fênix já passaria muito mais tempo em missões de reconhecimento longe da base e eu passaria mais tempo apenas na companhia da T-AI. É natural que, dado esse cenário, eu começasse a desenvolver sentimentos muito complicados por ela. "Eu não vou me tornar um japonês maluco que se casa com a Hatsune Miku", eu repetia muitas vezes na minha cabeça, "mas tá ficando difícil". Para a minha sorte (e preservação da minha sanidade), no entanto, as coisas estavam prestes a mudar radicalmente. Centenas de novos Autobots haviam chegado na Terra ao longo desses dois anos e finalmente chegou o dia em que uma equipe de uns quatro ou cinco Autobots foi designada para assumir seu posto na base de Fênix. Não vou especificar quem seriam esses cidadãos, mas podemos aplicar as mesmas regras de antes. Seriam um time de Autobots clássicos, semelhante ao elenco do primeiro filme, ou então seriam mais personagens criados por mim. No fim das contas, tanto faz, porque o foco maior aqui é na trama e não nos personagens em si. Mas haveriam os seus típicos arquétipos aí no meio, um líder, um médico, um inventor, um pessimista, e por aí vai. Esse seria o início da fase 2 do plano dos Autobots, que agora começariam a trabalhar ativamente em tentativas de proteger a humanidade de todo tipo de perigos, desastres e acidentes. A T-AI era na verdade um protótipo para dar formas humanas holográficas aos Autobots que as usariam para interagir com humanos sem chamar tanta atenção. As operações seriam realizadas com o máximo de cautela para que seus modos robôs nunca fossem revelados ao público. Essa parte da história seria muito parecida com Rescue Bots, mas com muito mais ênfase em preservar os disfarces.

    Diferente da maioria das versões de Transformers, eu não me envolveria com a maioria das suas ações fora da base, pois não sou doido de querer me meter em encrenca e só causar mais problemas, como é o costume de qualquer protagonista humano. Mas isso também estaria prestes a mudar quando operações conjuntas de diferentes times de Autobots começassem a se tornar mais frequentes. Não querendo perder a oportunidade de viajar para lugares distantes, decido acompanhar a minha equipe de Autobots em uma missão onde conhecemos uma equipe diferente que, pasmem, também é acompanhada de um aliado humano. Ou melhor, de uma aliada humana! Uma menina linda e da minha idade!!! Ohhhhhhh!!!!! Pois mais uma vez peço encarecidamente que vocês reservem os seus julgamentos. Nessa linha do tempo eu já teria uns 12 ou 13 anos e estaria na idade certa para ter meu primeiro crush em alguém de carne e osso (com todo respeito aos hologramas que possam estar lendo isto). E se o Sam Witwicky pode usar os Transformers para conseguir uma namorada, então eu absolutamente também posso! E você poderia também se não gostasse tanto de me julgar, eu hein! Pois, após essa aventura muito bem acompanhado, eu e a minha nova amiguinha manteríamos contato, mas continuaríamos vivendo longe, cada um com sua equipe. Haveriam também outras aventuras em que eu conheceria outros times de Autobots acompanhados de outros humanos de idades mais variadas. Eu realmente gosto da ideia de existirem centenas, quem sabe até milhares de pequenas equipes de Autobots especializadas em atuar em cada cantinho do planeta. Isso sim seria um uso inteligente do gigantesco elenco de personagens que a franquia vem acumulando nos seus 40 anos de existência, ainda mais quando somados a todos os personagens que eu mesmo criei para popular o meu universo. Algumas dessas equipes fizeram amizade até mesmo com famílias inteiras, semelhante ao que acontece em Rescue Bots e EarthSpark. As barreiras linguísticas entre os aliados humanos seriam quebradas através do uso de tradutores universais (ou melhor dizendo, tradutores de todas as línguas da Terra e do idioma cybertroniano, mas não de literalmente todas as línguas do universo) desenvolvidos pelos Autobots. Eu mesmo não continuaria sozinho na minha equipe por muito tempo. Algum amigo de infância meu, que seria meu colega de escola desde antes do início da história, acidentalmente descobriria a existência dos Transformers também. Sem ter motivos para continuar disfarçando, eu explico a situação para ele, resumindo os últimos três anos, e ele compreende a importância de continuarmos mantendo o segredo para as outras pessoas, ao mesmo tempo que ele se junta à minha equipe e passa a frequentar a base comigo. Eu percebo que é bom finalmente ter um amigo humano por perto, depois de tanto tempo convivendo apenas com robôs gigantes e hologramas. E se você pensa que esse lance de ficar envolvendo romancinho adolescente na trama acabou, você está muito mais do que enganado, porque depois desse meu amigo, seria a vez de uma menina da minha escola também descobrir o segredo e entrar para o time! E para tornarmos a experiência um pouco mais dramática, teria que ser uma menina que esse tempo todo se dava muito mal comigo. Aquela menina chata da turma que só me dava nos nervos. Todo mundo conheceu alguém assim na escola. No início seria a pior coisa que já me aconteceu desde que essa história começou, mas conforme iríamos passando mais tempo juntos e nos acostumando um com o outro, acabaríamos nos dando bem e viramos amigos de verdade.

    E assim chegamos ao verdadeiro objetivo de toda essa parede de texto que você teve a ousadia de ler, que era revelar meu desejo reprimido de viver um quarteto amoroso em que eu posso escolher entre ficar com a menina da minha escola, a menina que mora longe ou a menina holográfica. O sonho de todo nerdola virjão! Mas graças a Deus eu não sou mais nenhuma dessas duas coisas hoje em dia e estou apenas relatando a vocês a minha fanfic de quando eu ainda era essas duas coisas quinze anos atrás. Juro! Deixem aí nos comentários com qual das três opções eu deveria ficar no final da história, ou se eu deveria deixar minhas antigas crushes no passado, onde é o lugar delas. Quem sabe que outras pessoas mais interessantes eu poderia conhecer na vida adulta, não é mesmo? Só Deus sabe, porque eu não sei!

    Mas não são apenas os hormônios da adolescência que começam a esquentar a nossa história. Os Decepticons finalmente mostram suas caras feias no planeta Terra, revelando que finalmente chegaram aqui depois de passarem muito tempo seguindo pistas falsas dos Autobots em outros planetas, feito os bobalhões que são. Eles revelam que nunca imaginaram que os Autobots se esconderiam em um planeta habitado, forçando os Autobots a confessarem a seus aliados humanos que suas intenções ao se esconderem na Terra não eram assim tão nobres quanto pareciam quando eles apenas nos ajudavam a resgatar gatinhos em árvores e apagar incêndios florestais. Muito antes da guerra começar, quando as primeiras explorações espaciais tiveram início, os cybertronianos criaram sua própria versão da Primeira Diretriz (aquela de Star Trek) que estabelece por lei que é proibido todo e qualquer contato com espécies alienígenas (e, diferente dos personagens de Star Trek, os meus Transformers realmente respeitam essa lei). Essa ideia parte do princípio de que, quando eu era criança, eu simplesmente não gostava da ideia de ver os Transformers interagindo com outras raças alienígenas. Por algum motivo, eu queria que a Terra e Cybertron fossem os únicos planetas habitados em todo o universo Transformers. Provavelmente por isso que até hoje eu tenho um certo desgosto pelos Quintessons e outros alienígenas que aparecem em Transformers em geral. Aqueles bichos pervertidos na nave do Lockdown em Age of Extinction? Odeio. Aquelas cabeças de troféus na nave da Airachnid em Prime? Detesto. Aquelas aranhas gigantes em Animated? Deus me livre. Qualquer uma das centenas de raças horrorosas que aparecem na terceira temporada da G1? Me dão ânsia de vômito. Será que isso pode ser considerado xenofobia? Espero que não, porque isso é uma mania muito específica minha que vale apenas para Transformers. Eu adoro ver a nossa galáxia habitada por uma infinidade de seres esquisitos em outras franquias, como as já mencionadas Ben 10 e Star Trek. Graças a essa "Primeira Diretriz", cybertronianos nunca interagiram com aliens de outros mundos, e isso continuou mesmo durante a guerra. Os Autobots eram naturalmente inclinados a não querer envolver inocentes em seu conflito, enquanto os Decepticons sentem uma mistura de desinteresse por essas espécies que eles veem como inferiores e repulsa por serem formas de vida baseadas em elementos diferentes dos seus (traduzindo, eles têm nojinho de orgânicos igual em Animated). Apesar de também terem o clássico objetivo de "dominar o universo" na minha versão, os meus Decepticons não veem necessária a escravidão ou a destruição de outras espécies por serem fundamentalmente indiferentes a elas, a menos que elas façam questão de entrar em seu caminho, coisa que a humanidade estava começando a fazer ao se envolver com os Autobots.

    Seguindo isso, seria revelado que os Autobots tomaram a difícil decisão de se esconder na Terra para despistar os Decepticons, que estavam vencendo a guerra por Cybertron antes do planeta ser inteiramente abandonado devido ao esgotamento de seus recursos naturais e passaram anos perseguindo os Autobots pelo espaço, sem levar em consideração que eles teriam a audácia de se esconder entre orgânicos. O verdadeiro objetivo dos Autobots era trazer o maior número possível de sobreviventes para a Terra, construir uma rede global de esconderijos interconectados onde pudessem operar, manter-se disfarçados para não atrair a atenção da vida local e nem de possíveis detecções de Decepticons vasculhando o nosso sistema solar, e realizar missões de resgate como forma de treinamento para o caso da guerra recomeçar na Terra e também como forma de agradecimento aos humanos por "permitirem" sua estadia no planeta. Os Autobots imediatamente se ofereceriam para ir embora do nosso mundo, arrependidos por acreditar que mentiram e nos enganaram esse tempo todo, mas todos os aliados humanos entrariam em consenso de que a chegada dos Autobots só fez mais bem para a Terra do que mal e que, mesmo que isso signifique que a chegada de mais Decepticons seja iminente, agora é mais importante do que nunca que nos mantenhamos todos unidos. Com a confiança na humanidade restaurada, os Autobots decidem ficar, dando continuidade aos seus planos e adicionando novas etapas já pensando no futuro. Mais Decepticons começam a chegar na Terra pouco a pouco, mas decidem adotar a mesma política de disfarces dos Autobots, não por temerem a humanidade, mas por saberem que agora estão em território inimigo, onde já existem provavelmente mais de cem Autobots para cada Decepticon que botar os pés neste planeta, e eles entendem que precisam ser cautelosos para seu próprio bem.

    E assim, uma guerra secreta se estenderia por mais alguns anos. Sabendo que agora é só questão de tempo até a bolha estourar, os Autobots decidem que está na hora de revelarem-se para toda a humanidade antes que os Decepticons o façam primeiro. Por recomendação de seus aliados humanos, será necessário ocultar o fato de que os Decepticons vieram para cá por causa dos Autobots, pois muitos humanos poderiam culpar os Autobots por tudo e se voltar contra eles. Nem todo mundo presta, aliás, quase ninguém presta, somos obrigados a admitir aos nossos amigos robôs, o que torna a situação muito mais delicada do que simplesmente evitar que todo mundo leve um susto em um primeiro momento ao saber que robôs alienígenas gigantes existem e já estão entre nós. Queremos justamente evitar a criação de organizações humanas anti-Transformers, como a M.E.C.H. de Prime e a Cemetery Wind de Age of Extinction. É então decidido que as maiores autoridades na hierarquia dos Autobots seriam pessoalmente responsáveis por estabelecer contato com os governos da Terra. Esse seria um processo lento e enrolado, chato demais para algum dia nos prestarmos para entrar em detalhes, por isso o foco da nossa história continuaria nas pequenas aventuras do meu time de Autobots enfrentando Decepticons cada vez mais imaginativos em suas tramoias maléficas. Até que de repente, aconteceria...

    O timeskip. Ah, o timeskip!

    Timeskips são necessários quando queremos realizar uma mudança abrupta no status quo sem nos darmos ao trabalho de mostrar cada detalhe do que aconteceu entre o ponto que estávamos e o ponto que queremos chegar. Ele pode acontecer de um filme para outro, de uma série para outra, de uma temporada para outra ou até mesmo de um episódio para outro. Pensando bem, às vezes eles acontecem até mesmo dentro de um único episódio! Estamos agora no futuro, talvez algumas décadas à frente de onde nossa história parou. Eu já sou um homem adulto, crescido, muito mais bem-sucedido que jamais poderia sonhar em ser na vida real! Especialista em descer o cacete em Decepticons e um dos representantes oficiais dos Autobots no governo mundial da Terra. Ah, que sonho! Aí sim, hein! E o salário, ó! Basicamente, é a mesma coisa que acontece com o Spike Witwicky depois do timeskip da G1 entre a segunda e a terceira temporadas. E assim como o Spike deixou todos nós orgulhosos ao conseguir se casar com a Carly, fica aí a critério de vocês com qual das minhas opções eu já teria firmado laços nesse futuro. Não vale dizer que eu fiquei com o holograma porque é muita sacanagem desejar isso pra mim agora que sou adulto! Eu me recuso a casar com a Hatsune Miku!!! Na vida real, não gosto da ideia de ter filhos, porque eu me sentiria culpado feito louco por colocar mais uma pessoa neste mundo só para sofrer os efeitos do aquecimento global e do colapso do capitalismo tardio, mas como estamos viajando nas costas do Catbus pelo meu mundo da fantasia neste artigo que não termina nunca, acho que valeria a pena ter um ou quem sabe até dois filhos para continuarem as minhas aventuras no meu lugar, do mesmo jeito que o Daniel substituiu o Spike. O gênero deles não importa porque no futuro as pessoas podem ser o que quiserem. Me deixem acreditar que os Autobots guiaram a humanidade a um futuro iluminado e livre de todos os preconceitos, por favor. Exceto, claro, ao preconceito contra Decepticons, que é inteiramente justificado. Aqui não tem de moralidade ambígua, Decepticon bom é aquele que tem a cabeça exposta na sala de troféus do Optimus Prime e tenho dito.

    Durante o timeskip, uma enorme guerra contra os Decepticons teria de fato acontecido e causado alguns estragos na Terra, mas eu escolhi pular tudo isso porque, caso vocês não tenham percebido ainda, eu sou relativamente pacifista quando o assunto é criar minha própria versão da história de duas facções de robôs gigantes que se transformam em armas e vivem em guerra por milhões de anos. Nunca foi esse lado da franquia que me conquistou, por isso gosto de escrever fanfics em que humanos e Autobots vivem pacificamente pela maior parte de suas vidas. Vencida a última grande guerra, os Autobots reparam os danos que os Decepticons causaram ao redor da Terra e anunciam que pretendem continuar vivendo conosco, pois Cybertron continuará inabitável provavelmente para sempre e eles não possuem nenhum outro lugar no universo para chamar de lar. Poucos Decepticons ainda existem espalhados por todos os cantos do planeta e das proximidades do espaço, gerando algumas dores de cabeça de vez em quando, mas a maior preocupação da aliança entre os Autobots e a humanidade agora é colonizar o espaço de maneira pacífica, rumo a um futuro verdadeiramente brilhante, onde o conhecimento científico reina supremo e as religiões e superstições são coisas do passado! Aleluia, irmãos, amém! Viva a ciência, porra!

    Isso, é claro, até o dia em que as almas de todos os Decepticons mortos durante a guerra se aglomerarem atrás do décimo planeta do sistema solar e reencarnarem na forma do gigantesco e amaldiçoado espírito de vingança Violengiguar. Esse aí com certeza vai dar um trabalho do cacete para os Autobots do futuro, mas isso é problema deles.

    Mais um timeskip, dessa vez para milhões de anos no futuro. A vida da civilização espacial criada por humanos e Autobots evoluiu para formas tecnorgânicas adaptadas a todos os ambientes da nossa galáxia. Os Transformers finalmente transcenderam as barreiras que hoje compreendemos como os limites da nossa realidade. Eles se tornaram um com o universo e continuarão sua evolução até que todos sejam um.

    Fim. Um final feliz e muito poético, amigos! Palmas! Palmas não, o Tocantins inteiro!

    Muito obrigado a todos que leram até aqui. Foi legal escrever tudo isso e finalmente colocar para fora algumas das ideias que sempre carreguei comigo. A origem naturalista da vida em Cybertron, a questão da expectativa de vida, os meus sonhos de infância de ter um amigo Autobot, a ideia de ter milhares de Autobots espalhados ao redor do mundo e operando em pequenas equipes designadas por região, uma visão otimista da humanidade que aceita trabalhar com os Autobots por um futuro melhor, os Autobots usarem a Terra como ponto de virada para vencerem a guerra, eu conseguir chegar à vida adulta sem arruinar nenhuma das minhas amizades de infância, e por aí vai. E com certeza ainda haveria muito mais o que dizer. Eu poderia focar mais nos personagens, explicar melhor os motivos da guerra, dar mais ênfase a certos detalhes que passei por cima, mas preciso ter um pouco de moderação ou nunca terminarei de escrever este artigo. Além disso, compartilhar algumas ideias por vez é melhor do que nada, não é mesmo?

    Vale lembrar também que esta não é a única versão do universo Transformers que eu já idealizei na minha cabeça. Também tenho ideias de como eu criaria um universo baseado especificamente na minha coleção, assim como tenho a minha própria interpretação da cronologia dos filmes e a minha própria ideia de como seria uma versão "definitiva" do universo Transformers baseado exclusivamente em conteúdos oficiais da franquia. Mas todas essas histórias podem esperar para quem sabe um dia ainda serem contadas.

    Mais uma vez, agradeço a atenção dos poucos corajosos que persistiram comigo até o fim. Quem pulou até o final da página e está lendo este parágrafo antes da hora, vê se cria vergonha na cara e volta pro topo agora. Aos demais, nos vemos em algum dos outros lugares da internet em que eu faço a minha presença conhecida. Até mais!

Um comentário:

  1. Cara, eu acho que fui um dos únicos que teve a coragem de ler tudo isso até o final, e a sua visão de Transformers é muito boa, gostei, podia publicar um livro sobre isso

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