Boa noite.
Em 2009, um pequeno filme chamado Transformers: Revenge of the Fallen atingiu os cinemas, como dizem os gringos, e desde então o mundo nunca mais foi o mesmo. Bom, o meu mundo certamente não foi, pois quinze anos depois cá estou eu escrevendo mais uma vez sobre esse maldito filme.
ROTF, como é carinhosamente chamado, é uma experiência única para mim em termos de filmes de Transformers. Por causa dessa tal de nostalgia que controla todas as nossas emoções e sentimentos, eu gosto tanto desse filme quanto gosto do primeiro, de 2007, e do terceiro, Dark of the Moon, de 2011, que juntos formam a "trilogia original", por assim dizer, de longe a minha parte favorita de toda a série de filmes live-action que hoje já conta com exorbitantes sete capítulos. No entanto, ROTF ainda me desperta sentimentos muito diferentes em comparação aos seus irmãos. Esse é possivelmente o filme mais "polêmico" da série, por motivos que incluem (mas não se limitam a) seu roteiro mais furado que um queijo suíço e todas as infelizes insinuações racistas e sexistas presentes em certos personagens e em algumas (entenda-se muitas) de suas situações. Dois filmes que são considerados pela maioria como sendo ainda piores que ROTF, Age of Extinction e The Last Knight, já foram lançados desde então, mas eu nunca gostei deles nem quando eles eram novos, pois foram lançados em épocas muito diferentes da minha vida, então não sinto a mesma conexão com eles que sinto com a primeira trilogia. Em outras palavras, eu não ligo se eles são ruins (apesar de ainda assim terem partido meu coração), da mesma forma que não ligo se Rise of the Beasts, o filme mais recente até agora, também seja pior do que eu esperava que fosse (parabéns a todos os envolvidos por nos forçarem a ter que conviver com duas siglas tão parecidas, ROTF e ROTB, daqui em diante, por sinal). Mas ROTF é diferente. ROTF eu ligo, e eu ligo muito. Por isso, esse continua sendo o filme que mais me provoca o seguinte questionamento: "e se as coisas tivessem sido diferentes...?"
Pois é para dar a minha resposta definitiva a essa pergunta que eu estou aqui hoje! Mas antes de começar, vale estabelecer algumas regras. A primeira é simples, o objetivo não é criar uma história do zero, substituindo ROTF por um filme inteiramente novo, mas sim fazer algumas correções ao filme que já existe, como se nós fossemos os próprios roteiristas e tivéssemos uma última oportunidade de revisar o roteiro antes de entregá-lo nas mãos do diretor. Segundo, não vou perder mais tempo mencionando todos os problemas racistas e sexistas novamente; por gentileza, assumam que eu simplesmente cortei todos eles da minha versão do filme (e não me culpem caso o Michael Bay decida trazer alguns deles de volta durante as gravações; ele ainda é o nosso diretor, querendo ou não). E terceiro, que acho bom mencionar só por garantia, não vou me limitar a questões como o orçamento do filme e as suas dificuldades de produção. É muito comum ouvirmos relatos de que certos atalhos foram tomados para economizar tempo e dinheiro, especialmente porque a produção foi gravemente afetada pela greve dos roteiristas de 2008 e teve seus prazos apertados, então vamos apenas supor que a minha versão não tenha sido afetada por esses problemas e teve um período de produção muito mais bem-sucedido, resultando em um produto final melhor para todos os envolvidos.
Dito isso, já quero estabelecer a mudança mais importante de todas agora mesmo, por ser o motivo que me levou a querer escrever este artigo inteiro: o mal uso dos Constructicons no filme. Sim, é óbvio que eu vou falar sobre eles de novo! Alguém está surpreso? Até parece que vocês não me conhecem! Enfim, qualquer pessoa familiarizada com ROTF sabe que esse filme pertence aos Constructicons; ou, pelo menos, deveria ter pertencido. Essa história de amor e tragédia começou ainda em 2007, quando um artista chamado Josh Nizzi criou sua própria fanart do Long Haul no estilo do primeiro filme e a publicou na internet, chamando a atenção do próprio Michael Bay e de outros membros da produção. Como em um sonho de fã que se torna realidade, Nizzi foi contratado para trabalhar na sequência, criando artes conceituais de dezenas e mais dezenas de robôs, incluindo um grande número de novos Constructicons, dos quais apenas alguns foram selecionados para aparecer no filme. Até aí tudo bem, parecia que os Constructicons teriam uma vida fácil nas telonas, aparecendo como uma equipe de seis ou sete robôs capazes de se combinar em um monstro gigante chamado Devastator, igualzinho as suas versões originais da G1; mas, como nós bem sabemos, a carreira cinematográfica do time de construção dos Decepticons não foi tão simples assim e se transformou em uma belíssima confusão bem rapidinho. O uso descuidado de cada membro da equipe ao longo do filme resultou em vários furos de roteiro e erros de continuidade, que incluem alguns membros aparecendo em dois lugares ao mesmo tempo, outros nunca aparecendo em seus modos robôs individuais, mais outros aparentemente voltando com vida depois de serem mortos, e a mera existência de ainda mais membros misteriosos vistos durante a sequência de combinação do Devastator só para causar um pouquinho mais de dor de cabeça entre os fãs mais observadores, para não dizer obcecados. Para solucionar essa incrível furada, acabou-se criando uma justificativa de que os Constructicons são na verdade um exército de robôs genéricos produzidos em massa, o que tira completamente a individualidade deles. Isso, somado ao uso de várias protoformas Decepticons ao longo do filme, fez com que ROTF desse início a uma das tradições mais cansativas dos filmes de Transformers até hoje: o uso de exércitos de genéricos para aumentar artificialmente o número de inimigos. Todos os filmes desde então cometeram esse pecado, com cinco dos sete filmes no total usando esse recurso em suas batalhas finais. Claro, não estou aqui para consertar todos os filmes (pelo menos, não hoje), mas quero demais aproveitar esta oportunidade para corrigir a bagunça dos Constructicons e arrancar de ROTF todos os genéricos que o impregnaram feito carrapatos.
Então agora sim, vamos começar.
Na abertura do filme, quando somos introduzidos à Dinastia dos Primes durante a construção da Colheitadeira de Energon no Egito pré-histórico, veríamos que os trabalhadores seguindo as ordens dos Primes seriam ninguém menos que os próprios Constructicons em suas formas cybertronianas. Isso é mostrado nos quadrinhos baseados no filme, então não é realmente uma invenção minha, e é algo que faria todo sentido incluir no filme também. Assim, os Constructicons ficariam estabelecidos logo de cara como sendo alguns dos mais antigos seguidores dos Primes e, especialmente, do Fallen. Mas voltaremos a falar sobre isso depois...
Corta para a cena de Xangai. No diálogo entre os soldados, seria mencionado que recentemente foi registrada a queda de uma protoforma muitas vezes maior que o normal e que a NEST foi mobilizada para resolver o problema antes que ele se torne público. É importante enfatizar que o nosso controverso Constructicon escavadeira teria a recém chegado na Terra em vez de já estar aqui por sabe-se lá quanto tempo porque ele teria sido enviado diretamente pelo Fallen para dar a notícia de seu retorno aos demais Decepticons. E por falar em escavadeiras e controvérsias, eu decidi que o personagem que estaria presente nesta cena seria o Scavenger, a escavadeira vermelha, e não o Demolishor, a escavadeira branca que às vezes também é vermelha, porque assim o Demolishor não existiria na minha versão e toda essa maldita confusão de quem é quem que tanto nos perturba e tira o sono seria enfim eliminada. Scavenger tocaria o terror nas ruas de Xangai, porque essa cena é boa demais e precisa ser preservada, mas ele não seria morto no final, pois é necessário mantê-lo vivo para formar o Devastator mais tarde, e também para remover um dos momentos mais polêmicos do filme. Sabem como é, tem muita gente por aí que considera a execução do Demolishor pelas mãos frias e sanguinárias do Optimus como sendo desnecessariamente violenta; eu normalmente não concordaria com isso, pois acho a cena legal pra caramba, mas não vou negar que é bastante conveniente remover uma cena para evitar que ela crie um furo de roteiro na minha versão do filme ao mesmo tempo que isso também diminuiria as críticas negativas jogadas contra ele. Mas como o Scavenger sobreviveria, você quer saber? Ora, ele seria salvo no último minuto por Sideways, é claro, que só então revelaria a sua presença e atacaria o Optimus, o distraindo por tempo suficiente para que Scavenger fugisse do mesmo jeito que o Driller no começo de DOTM. Antes de fugir, as palavras de Scavenger seriam, "os dias deste planeta estão contados; o grande Fallen se reerguerá", fazendo com que a sua mensagem tenha muito mais sentido no contexto do plano de destruir a Terra com a ativação da máquina ao invés de fazer uma mera ameaça vazia dizendo que "você não manda neste planeta". Após ouvir as palavras de Scavenger, Sideways ameaçaria os Autobots acrescentando, "se o que ele diz é verdade, Autobots, vocês seriam espertos em cair fora deste planeta o mais rápido possível" e fugiria, dando início à perseguição que terminaria com ele sendo cortado ao meio pelo Sideswipe.
Enquanto isso, na casa dos Witwicky, Sam está se preparando para ir para a faculdade. Eu sei, eu sei, ninguém gosta do Sam nesse filme e até mesmo eu sou uma das pessoas que acredita que ele só funciona como protagonista no primeiro filme e não nas sequências, mas cortá-lo de ROTF seria uma mudança grande demais e não podemos nos dar ao luxo de fazer isso, então vamos continuar trabalhando com o que temos. Agora, uma mudança que talvez também seja um pouco grande mas que acredito ser realmente necessária é eliminar o fragmento do AllSpark que o Sam encontra em sua jaqueta velha. Sim, ele é importante em vários momentos do filme, mas a sua mera existência também cria um dos seus maiores furos de roteiro: por que ninguém pensa em usá-lo para ressuscitar o Optimus? Então, para compensar a sua ausência, vamos fazer com que o Sam já tenha absorvido todo o conteúdo do AllSpark desde quando o cubo foi destruído lá no final do primeiro filme, e que seus poderes estão se manifestando bem lentamente desde então. Por telefone, Mikaela perguntaria se ele ainda está tendo sonhos estranhos, ao que ele responderia que hoje está se sentindo pior do que nunca. Na minha versão, ao invés de tentar terminar com Sam por algum motivo besta qualquer, Mikaela estaria planejando acompanhá-lo em sua viagem para a universidade, nem que seja só para passar alguns dias. Sam então iria até a cozinha tomar um café e algo surpreendente aconteceria: ele tomaria um choque tão forte ao colocar a cafeteira na tomada que uma explosão de energon se espalharia pela cozinha e daria vida a todos os aparelhos ao seu redor! Incrível, fantástico, esplêndido! Parece até aquela cena cortada do filme do Bumblebee só que dez vezes melhor! E falando em Bumblebee, é aí que ele entra em cena e causa toda aquela confusão para salvar o seu protegido do ataque dos pequenos gremlins. Essa explosão alertaria o Soundwave lá na órbita da Terra, que daria a ordem para que um Decepticon investigasse mais de perto. Mikaela chegaria e conversaria pessoalmente com Sam sobre o que aconteceu, e já seria nesta cena que ele mencionaria que sente que está enlouquecendo como o seu tataravô. Também seria legal incluir uma fala do Sam dizendo algo como, "acho que sei por que minhas notas subiram tanto nos últimos dois anos..." para dar a entender que o conhecimento absorvido do cubo já estava afetando a sua inteligência desde o início. Sam então teria a sua conversa de despedida com Bumblebee, não por causa daquele motivo idiota de que "calouros não podem ter carro", mas apenas porque ele acha que enquanto estiver na faculdade será melhor que o Bee volte a trabalhar com os outros Autobots. Sam então diria para Mikaela que não teve coragem de contar ao Bee o que está acontecendo com ele, mas que por segurança é melhor que ela não o acompanhe na viagem. Wheelie escutaria a conversa deles e seria ordenado por Soundwave a capturar Mikaela para atrair Sam a uma armadilha.
Os Autobots retornam à base da NEST. Apesar de eu odiar com todas as forças aquele babaca do Galloway, não podemos em sã consciência removê-lo do filme, ainda mais agora que ele teria mais motivo ainda para ficar puto da vida sabendo que o gigantesco Decepticon que devastou Xangai continua vivo e desaparecido. Aqui seríamos formalmente introduzidos aos novos Autobots: Sideswipe, Jolt, Skids, Mudflap, Arcee, Chromia e Elita-1, além de sermos reintroduzidos a Ironhide e Ratchet, que testemunhariam a reunião com Galloway em seus modos robôs em vez de passarem o dia dormindo como veículos no fundo do hangar. Essa cena revelaria que as irmãs motocicletas na verdade possuem sim um terceiro modo com pernas normais e que as rodas são usadas apenas no modo de batalha; mais uma vez, isso é algo que eu faço não por mim, mas para calar a boca de todo mundo que só sabe reclamar da aparência delas. Ô gente chata que só me enche, eu hein. Optimus então explicaria que havia algo de diferente naquele Decepticon, que ele era mais antigo que qualquer outro cybertroniano vivo que se tem notícia e que ele foi claramente enviado para trazer uma mensagem. Eu sei que isso se parece com aquela cena do Lennox falando a mesma coisa sobre o Cavaleiro do Talismã em TLK, mas ROTF tinha todo o direito de fazer isso primeiro. Eu também gostaria de aproveitar este momento para plantar a sementinha de uma mudança muito maior que pretendo fazer lá perto do final, adicionando aqui uma fala do Galloway sobre a NEST ter confiscado uma arma experimental do Setor Sete e que o governo dos EUA está considerando tirá-la de sua posse e tomá-la para si. Como no filme, Galloway revelaria a localização do último fragmento do AllSpark feito o grande panaca que ele é e suas palavras seriam ouvidas por Soundwave, que enviaria Ravage para roubá-lo. Aqui acho que vale a pena fazer uma pequena alteração e mostrar Scalpel (o "doutor") roubando o fragmento no lugar de Reedman, aquele robô fino feito navalha formado pela combinação das bolinhas de gude, para manter um pouco mais de consistência com o resto do filme. Afinal, vemos Scalpel ser ejetado do Ravage em mais uma cena depois disso e é ele quem usa o fragmento para ressuscitar Megatron, enquanto Reedman evapora do filme depois de uma única aparição, tornando a sua existência muito menos relevante.
E por falar em Scalpel ressuscitando Megatron, precisamos corrigir os erros dessa cena, não é mesmo? Por mais que eu adore ver os Constructicons mergulhando para resgatar o líder dos Decepticons, temos que admitir que essa cena é absurda em vários sentidos. A começar pelo erro logo de cara quando a câmera corta de um ângulo para o outro e os veículos estacionados no navio mudam de posição e até mesmo de modelo em um dos casos. Também tem o erro de contagem quando eles são detectados pelo submarino, que mostra cinco robôs descendo e seis subindo, quando apenas cinco deveriam estar subindo já que Scrapmetal foi substituído por Megatron. E convenhamos, por acaso tinha alguma necessidade de tanta gente assim descer até o fundo do oceano quando só quem trabalha lá embaixo é o Ravage e o Scalpel? E precisava mesmo matar um deles só para canibalizar suas peças quando já existem vários outros Decepticons mortos no mesmo local que poderiam servir de doadores? E por que diabos Scrapmetal é chamado de "pequenino" quando ele é duas vezes mais alto que Mixmaster?! Ai minha cabeça, não dá mais não! Por isso eu proponho uma solução muito mais simples: quem levaria Ravage e Scalpel para o fundo do oceano ressuscitar Megatron seria... o Grindor! Assim, ele não apareceria do além só para capturar os humanos e participar da batalha da floresta mais tarde; ele teria sido introduzido bem mais cedo e com um propósito muito maior. Mas espera aí, você já deve estar se perguntando, o Grindor é uma reutilização descarada do Blackout do primeiro filme, certo? Isso não vai contra a proposta de evitar a aparição de robôs genéricos ou duplicados no filme? Ou isso só vale para os Constructicons, por acaso? Calma, porra, deixa eu explicar, saco! Relaxa aí que eu guardei a minha melhor ideia para o final do parágrafo! Então, na minha versão, Grindor não seria um helicóptero de modelo levemente diferente do Blackout, ele seria um Osprey, ou tiltrotor, aquele negócio que se parece com um avião mas que tem uma hélice em cada asa e é usado pelos militares! Eu sei que você conhece. Você também provavelmente conhece o Incinerator, que já era um Decepticon Osprey presente na linha de brinquedos do primeiro filme, e também aquela arte conceitual de um Autobot Osprey que virou o Springer na linha de ROTF; ambos poderiam servir de inspiração para a minha versão do Grindor. No entanto, serei bonzinho com o pessoal da ILM e darei uma chance a eles; se eles não quiserem criar um modelo de CGI do modo robô totalmente do zero, eu deixo eles reutilizarem o modelo do Blackout e substituírem todas as partes visíveis do helicóptero por partes do Osprey. Assim, eles até poderiam ser parecidos, mas não seriam idênticos, e mais uma dor de cabeça para o fandom seria evitada. Obrigado, obrigado, não precisam aplaudir em pé. Eu sei que essa solução foi genial.
Depois que Megatron fosse ressuscitado, Grindor diria em cybertroniano com legendas na tela, "o cubo se foi, Starscream está com o Fallen na Nemesis, você deve ir até eles". Acho importante mostrar esse diálogo porque sempre achei bizarro como o Megatron imediatamente voa em direção à Nemesis como se soubesse que deveria ir para lá, sendo que ele nunca tentou fazer isso no primeiro filme. É conveniente demais, como se ele ressuscitasse já sabendo qual é a trama do filme que ele está agora sem ninguém precisar atualizá-lo depois de passar dois anos morto. Por isso cai bem incluir essa curta mas esclarecedora fala do Grindor. Também vale a pena mencionar o nome da Nemesis para deixar mais claro que a próxima cena se passa em uma nave e não em Cybertron, como é comum as pessoas se confundirem. Chegando na Nemesis, não haveriam casulos de protoformas espalhados por todos os lados, mas sim os Constructicons (menos Scavenger) seriam visíveis de modo discreto, obscurecidos ao fundo, apenas observando de forma intimidadora. Megatron olharia para eles com preocupação, reconhecendo-os e sabendo o que a presença deles significa. Ao encontrar Starscream, Megatron o repreenderia por ter despertado o Fallen contra suas ordens, ao que Starscream responderia que não viu outra opção após a perda do AllSpark. Isso serviria para esclarecer ao público que o Fallen (junto dos Constructicons) estava em um estado de hibernação e que, por ordens de Megatron, ele não deveria ser despertado até que o AllSpark fosse recuperado. Na verdade, porém, Megatron não tinha a intenção de despertar seu mestre, acreditando que poderia sozinho governar o universo depois de adquirir o poder do cubo, mas isso é algo que ficaria apenas subentendido nas entrelinhas. Contendo sua raiva, Megatron se apresentaria ao Fallen, que já estaria esperando por ele. A relação entre os dois seria mais conturbada do que é no filme, com o Fallen sendo mais agressivo na sua maneira de falar com Megatron. Ele diria algo como, "meu discípulo, usar os poderes do AllSpark para ganho pessoal era um sonho impossível até mesmo para você, como eu tentei adverti-lo tantas vezes. Quando eu o ordenei que seguisse o AllSpark pelo espaço, não foi para trazê-lo de volta; foi para que ele o guiasse até aquele planeta miserável", ao que Megatron o interromperia com a pergunta, "então não foi por acaso que o AllSpark caiu na Terra?", e o Fallen responderia com, "ele foi atraído por uma força tão poderosa quanto a sua própria; foi graças a isso que, após milênios procurando, finalmente reencontrei aquele planetinha onde fui traído pelos meus irmãos..." E assim o restante da cena seguiria mais ou menos do jeito que a gente conhece, com os Decepticons planejando capturar Sam para recuperar as informações contidas em seu cérebro. Como no filme, Starscream encerraria a cena falando que o garoto já está sendo vigiado, mas em vez de falar sobre as protoformas, ele diria, "já enviamos um mensageiro para avisar a todos que evacuem o planeta; tudo que precisaremos já está bem aqui conosco", conforme os Constructicons surgiriam da escuridão atrás dele. Essa seria mais uma referência sutil ao plano de destruir a Terra com a ativação da máquina, revelando que todos os Decepticons escondidos que não foram convidados para a festa de despedida no Egito deverão fugir imediatamente se não quiserem virar poeira das estrelas.
Enquanto isso, de volta ao Sam, eu confesso que não mudaria muita coisa, além de talvez deixar tudo um pouco menos vergonha alheia (eu queria dizer cringe, mas em 2009 a gente não usava essa expressão ainda). Sam chegaria na universidade, faria amizade com Leo, iria na festinha para desenhar símbolos no bolo, seria levado por Bee para bater um papo com Optimus, no dia seguinte iria para a sua primeira aula, teria um ataque nervoso onde mencionaria o Sentinel Prime (excelente foreshadowing de DOTM, por sinal) e desenharia símbolos no quadro negro. Em resumo, o mesmo de sempre. Já no lado da trama da Mikaela, Wheelie faria sua tentativa malsucedida de capturá-la e é ele quem acabaria capturado. Sam e Mikaela falariam por celular sobre o que está acontecendo e ela iria ao encontro dele. Aí eu pensei muito sobre o que faria nesta parte do filme, e cheguei à conclusão que infelizmente terei que cortar a participação da Alice, porque ela também é uma das coisas que as pessoas mais problematizam nesse filme. Eu não acho ela tão ruim assim, mas quem sou eu para julgar as sensibilidades dos outros, não é mesmo? Então, só para evitar que mais puritanos conservadores continuem acusando o filme de ser uma pornochanchada, decidi trocar a revelação de que a Alice é um Decepticon por um ataque surpresa do Ravage bem na hora que a Mikaela chegasse no campus. Logo o Leo entraria na folia também e lá iriam os três fugindo universidade a fora até serem capturados por Grindor e levados até o armazém (ou sei lá que tipo de lugar é aquele) abandonado, onde Megatron usaria Scalpel para ler a mente de Sam. No filme, dá a entender que os Decepticons não descobrem nada com essa tentativa, pois não deu tempo de abrirem a cabeça do Sam para colocar o seu cérebro na mesa. Aparentemente, eles já sabiam onde a Colheitadeira de Energon estava escondida e só precisavam descobrir a localização da Matriz, mas, na minha versão, eles descobririam a localização da máquina através dessa investigação no cérebro do Sam e aí sim só ficaria faltando encontrar a Matriz. Seria justificado que, por causa de seu encontro com Sam mais cedo, o Optimus já estaria nas proximidades e por isso chegaria sozinho para salvar os humanos e enfrentar os Decepticons. Enquanto a batalha na floresta ocorresse normalmente (de preferência estendida como na versão IMAX), Bumblebee seria distraído por investidas do Ravage e só ao fim da batalha que os outros Autobots chegariam ao local, desta vez com uma desculpa menos esfarrapada que no filme em si. Com o Optimus morto, o Fallen faria sua declaração ao mundo e enviaria o resto dos Constructicons para a Terra, com as ordens de desenterrar a máquina e encontrar a Matriz, não se esquecendo também de capturar os pais do Sam para usá-los como isca mais tarde. O Fallen, por outro lado, ainda não viria para a Terra, já que não faz o menor sentido ele vir tão cedo só para desaparecer de novo até quase o finalzinho do filme. Sério, o que ele estava fazendo esse tempo todo? Não sei nem se eu quero saber!
Sam, Mikaela e Leo agora se encontram como refugiados, acompanhados apenas de Bumblebee e Skids e Mudflap as trigêmeas Arcee, Chromia e Elita-1. Sei que alguns poderiam questionar a minha decisão de colocar as moças com eles e não alguém como o Sideswipe ou o Jolt, mas, para ser sincero, eu sinto que esse é o verdadeiro papel que as três mereciam ter recebido no filme. Seriam elas quem acompanhariam a turminha ao longo de toda a jornada. Pessoalmente, eu nunca gostei daquele negócio de que elas são supostamente "conectadas psiquicamente", como se fossem uma única mente controlando três corpos; por essa razão, além de dar a elas um destaque maior, eu faria também com que cada uma tivesse a sua própria personalidade. Arcee seria a mais jovial e falante das três, já que é normalmente considerada a líder do grupo; Chromia seria a mais esquentadinha, refletindo a personalidade do Ironhide; e Elita-1 seria a mais quieta e serena, com um ar de sabedoria semelhante ao Optimus. Pelo resto do filme, em todos os momentos que somos obrigados a perder nosso tempo aturando as bobagens daqueles gêmeos que não devem ser nomeados, seríamos em vez disso agraciados por momentos em que as trigêmeas exibiriam suas características mais distintas. Confesso que, apesar de esse não ter sido o meu objetivo quando comecei a escrever, sinto que essa foi a melhor mudança de todas as que tenho a oferecer, por ter de longe o maior potencial de realmente tornar a experiência de assistir o filme melhor para todo mundo. Bom, ponto para mim, suponho! Enfim, nossos heróis foragidos continuariam sua aventura rumo ao Robô-Guerreiro, que seria obviamente ninguém mais e ninguém menos que o ex-agente do Setor Sete Seymour Simmons. Agora, toda aquela explicação do Simmons sobre as fotos e os símbolos antigos tem uma pegada bem forte de Alienígenas do Passado, o que pega bem mal hoje em dia, mas que na época do filme ainda não era visto como algo tão problematizado assim, então eu vou deixar passar só dessa vez. Depois de ouvirem tudo que Simmons tinha a dizer, Mikaela revelaria estar carregando Wheelie em uma caixa esse tempo todo, e o pequeno vira-casaca mostraria a eles onde encontrar os lendários Seekers. Assim, o grupo partiria para Washington D.C. e encontraria Jetfire no museu Smithsonian. Caso você esteja prestando atenção, e eu sei que está, você se lembra que eu removi do filme o fragmento do AllSpark que o Sam deveria estar carregando com ele o tempo todo e que deveria ser usado neste momento para reviver o Jetfire. No lugar disso, Sam contaria aos outros o que aconteceu na sua cozinha quando tocou na tomada e levantaria a hipótese de que, agora que os poderes do AllSpark estão ainda mais fortes dentro dele, ele provavelmente seria capaz de recriar o impulso de energon com suas próprias mãos, pelo menos o suficiente para acordar um Transformer dorminhoco. Uma coisa que eu acho muito besta dessa cena é que a galera parece que fica chocada ao descobrir que Jetfire é um Decepticon, como se eles nunca tivessem parado para pensar que era óbvio que esse seria o caso, então na minha versão o plano seria simplesmente despertá-lo com muito cuidado e, caso fosse necessário, pedir ao Wheelie que conversasse com ele e o acalmasse. Isso acaba não sendo necessário, é claro, quando Jetfire desperta e surpreende a todos com a sua personalidade excêntrica e senil. Ele então teleportaria a turma toda para o Egito com a sua incrível habilidade de criar pontes espaciais portáteis.
Muita coisa da história contada por Jetfire não precisaria ser diferente, mas alguns ajustes deveriam ser feitos. Para começar, os Constructicons apareceriam novamente, desta vez participando da batalha ao redor da máquina. Outro ajuste importante seria aumentar o número de Primes de sete para treze, para manter a consistência com todo o resto da franquia. A ideia de que existiam treze Primes originais precede em muitos anos o lançamento de ROTF (sendo mencionada pela primeira vez em um livro chamado The Ultimate Guide de 2004), então eu não sei por que decidiram reduzir esse número no filme; até mesmo algumas das adaptações de ROTF mencionam a existência de treze Primes, deixando o próprio filme completamente sozinho em sua alegação de que só existem sete, o que é ainda mais gritante. Por isso, eu faria o flashback do Jetfire mostrar os treze Primes só um pouquinho mais em detalhes, semelhante a como eles aparecem no flashback do Ratchet em Transformers Prime. Claro que existe um aspecto da vida real importante de ser mencionado aqui, que é o fato de que o nome dos treze Primes originais só foi decidido pela Hasbro em algum momento depois de 2010 e oficialmente revelado ao público pela primeira vez em 2013 através do livro Covenant of Primus, o que significa que ROTF ainda não tinha uma lista de nomes completa para trabalhar. Mesmo assim, se o filme tivesse incluído a aparição de treze Primes em vez de sete, teria sido mais fácil que alguma publicação oficial feita depois de 2013 finalmente oficializasse quem é quem, apontando um nome do Covenant of Primus para cada Prime que aparece no filme. Quanto ao motivo do Fallen se voltar contra seus irmãos, eu particularmente não mudaria nada do que é dito no filme. A história que somos mais acostumados a ver hoje em dia, que envolve o Fallen se apaixonando por Solus Prime e a matando por acidente, também foi introduzida pelo Covenant of Primus e não existia na época de ROTF, e convenhamos que ela não combina em nada com esta interpretação do Fallen, sendo melhor mesmo que ele se torne um vilão por ser o único Prime que tentaria destruir um planeta habitado de propósito. Apesar de termos aumentado o número de Primes para treze, Jetfire mencionaria que apenas sete deles se sacrificaram para criar a tumba onde a Matriz foi escondida, deixando o destino dos últimos cinco Primes em aberto para ser potencialmente revelado em outro filme. Jetfire também poderia contar um pouco mais sobre os Seekers, explicando como eles foram deixados para trás pelo Fallen para procurar a Matriz e como o próprio Jetfire é na verdade um de seus últimos descendentes vivos, ao que Wheelie interromperia para dizer que muitos Decepticons já não acreditavam mais na lenda dos Seekers até que eles foram descobertos escondidos na Terra por Soundwave. Assim seria justificado como até mesmo um Decepticonzinho de nada como o Wheelie saberia apontar a localização dos Seekers em um mapa.
Terminada a lição de história, nosso elenco parte em sua missão de descobrir onde diabos a Matriz está escondida, e aqui eu confesso que estou com preguiça de encontrar uma solução melhor do que a do filme, porque eu sempre achei todo aquele lance de "ponta da adaga" meio furado, mas estou sem ideias no momento, então deixo essa com vocês. O importante é que eventualmente os caçadores da Matriz perdida cruzariam a profética fronteira do Egito com a Jordânia (porque Michael Bay estava muito a frente de seu tempo em protestar contra Israel, vejam só) e chegam naquele templo lindo e maravilhoso onde John Turturro chorou durante as gravações. Aqui seria Chromia, a esquentadinha do trio como já estabelecemos mais cedo, que perderia a paciência e teria uma pequena dança com suas irmãs dentro do templo, resultando em uma rachadura na parede que revelaria o set de filmagens do videoclipe de New Divide a tumba dos Primes em toda a sua glória. Lá dentro, o grupo encontraria o Linkin Park a Matriz da Liderança, só que desta vez ela seria muito maior do que ela aparece nessa cena do filme, pois estaria na escala dos robôs e não dos humanos. Sendo grande demais para ser carregada, Simmons se perguntaria como eles fariam para tirá-la dali, mas a resposta viria assim que Sam tocasse nela e ela virasse pó de pirlimpimpim. No desespero, Sam recolheria o máximo do pó que conseguisse e o grupo partiria de volta para o Egito. No caminho, eles seriam encurralados por Starscream, que os rastreou quando cruzaram a mítica fronteira entre o Egito e a Jordânia, e se separariam em dois grupos para tentar fugir. Sempre com preguiça de fazer seu próprio trabalho, Starscream enviaria Ravage e Scorponok (fazendo seu retorno triunfal um pouco mais cedo) para persegui-los. Sam, Mikaela e Bumblebee fugiriam de Ravage e Simmons, Leo e as trigêmeas escapariam de Scorponok.
Enquanto tudo isso está acontecendo, temos que intercalar a ação com algumas cenas na base da NEST, mas sem ultrapassar alguns limites. Eu sei que seria legal encontrar mais coisas para os soldados e os outros Autobots fazerem ao longo do filme para não ficarem tanto tempo sumidos, mas essa é uma das consequências de não podermos fazer nenhuma mudança muito radical à estrutura do filme. Se inventássemos toda uma trama nova para eles, fugiríamos demais da nossa proposta. O que podemos fazer é dar uma melhorada nas poucas cenas em que eles aparecem, em especial na forma como o corpo do Optimus é tratado. Seria muito mais impactante ver os Autobots em luto pelo seu líder por mais tempo, enquanto o seu corpo é velado em uma cerimônia na base. Também poderíamos passar um pouco mais de tempo com Lennox e Epps enquanto eles fazem tentativas de localizar Sam. Lennox poderia se questionar, "por que o garoto não veio direto até nós para pedir ajuda?", e Epps responderia com, "não sabemos como as coisas aconteceram lá fora, ele pode não saber em quem confiar; talvez os Autobots estejam fazendo a coisa certa em mantê-lo escondido de nós." Assim daríamos uma contornada na questão de por que o Sam não tentou pedir ajuda aos seus amigos da NEST mesmo que essa seja apenas uma explicação superficial. Além disso, haveria também a adição de mais um momento em que Galloway ameaçaria tirar da posse da NEST a arma experimental do Setor Sete, mas, antes que isso pudesse acontecer, Epps e Lennox finalmente conseguiriam estabelecer contato com Simmons, que pediria para que eles enviassem o corpo do Optimus até o Egito. Para a surpresa dos soldados, porém, Simmons também solicitaria o envio da arma experimental, revelando que ele sabia esse tempo todo que ela estava com a NEST, e os soldados decidiriam arriscar suas carreiras para transportar a arma contra as ordens de Galloway. A cena em que Galloway é ejetado do avião por abrir o paraquedas antes da hora permaneceria no meu filme porque ainda é engraçada e um fim apropriado para o personagem.
Com o grupo do Sam perdido no deserto, o grupo do Simmons seria o primeiro a chegar na base da Grande Pirâmide de Gizé, apenas para se dar de cara com um impressionante conjunto de sete veículos de construção esperando por eles. Sim, são eles, as estrelas do show, os verdadeiros e únicos Constructicons, baby! Na minha versão, eu optei por manter sete membros na equipe porque essa sempre foi a minha formação favorita. Seriam eles: Mixmaster, Scavenger, Scrapper, Hightower, Overload, Long Haul e Rampage (que seria vermelho). Apenas para recapitular, estou removendo do filme o Skipjack (também conhecido como Rampage amarelo), o Scrapmetal (que nunca deveria ter existido para começo de conversa) e todos aqueles outros veículos misteriosos que aparecem sem explicação durante a combinação do Devastator, além das duplicatas de Mixmaster, Scrapper e Long Haul que aparecem durante a batalha final. Aqui não tem lugar para nada disso, não, senhor! São só sete Constructicons na minha versão do filme e ponto final. Estabelecido isso, seríamos agraciados com a incrível sequência de combinação do Devastator, e o monstro não perderia tempo em começar a escalar a pirâmide. Enquanto o topo da pirâmide é escavado e a máquina é revelada, a NEST chegaria ao local e pousaria à uma distância segura. Com um rádio, Simmons estabeleceria contato com Lennox e pediria para que a arma experimental fosse preparada. "Eu sabia que precisaríamos dela para uma emergência como esta", diria Simmons, "é a única coisa que pode deter aquele monstro". A arma seria então transportada para fora de um dos aviões e o público a veria pela primeira vez. Se você é esperto, o que eu presumo que meus leitores sejam, você com certeza já estava esperando pela grande revelação de que a tal arma experimental supersecreta do Setor Sete era nada mais e nada menos que... o canhão elétrico, lógico! Vai dizer que a minha ideia de introduzi-lo na narrativa bem mais cedo como algo que a NEST já possuía não faz muito mais sentido do que ele aparecer completamente do nada no final do filme por pura coincidência? Então! Após um único disparo, porém, o canhão explodiria (ele era experimental, afinal de contas) e se tornaria inutilizável, dando um motivo para que ele não pudesse ser usado novamente.
Felizmente, o disparo seria certeiro e mandaria o Devastator voando em sete direções diferentes, em uma explosão de braços e pernas arrebentados estourando para todos os lados feito um zumbi em um filme de terror; mas não haveria muito tempo para comemorar, pois cada um desses pedaços se transformaria em pleno voo, caindo como gatos em pé em seus ameaçadores modos robôs individuais. Os Constructicons olhariam ao seu redor, como se estivessem se procurando, e os Autobots entenderiam que eles pretendem se reunir para se combinar novamente. Sabendo que ter uma segunda chance de derrotar o Devastator seria praticamente impossível, eles elaborariam um plano e se separariam para distrair os Constructicons e mantê-los o mais distante possível uns dos outros. Acompanhados dos soldados da NEST, os Autobots se dividiriam da seguinte maneira para enfrentar os Decepticons: Ironhide contra Scavenger; Ratchet contra Long Haul; Sideswipe contra Scrapper; Jolt contra Hightower; e as trigêmeas Arcee, Chromia e Elita-1 contra Overload. Naturalmente, Jetfire chegaria bem em tempo para lidar com Mixmaster e Scorponok, e Bumblebee teria a sua aclamada luta contra Rampage e Ravage assim que chegasse atrasado. Megatron e Starscream observariam tudo do topo da pirâmide, entrando na batalha para derrubar os ataques aéreos dos militares. Não haveria nenhum outro inimigo na batalha toda, nenhuma protoforma genérica e muito menos um Bonecrusher aleatório aparecendo no meio da folia sem motivo nenhum. Essa seria uma batalha muito melhor organizada com lutas equilibradas de igual para igual, mas também é claro que não veríamos tudo nos mínimos detalhes porque ainda precisamos ser realistas aqui. Como um típico filme de ação de sua época, a câmera com certeza cortaria constantemente de uma batalha para outra sem parar de tremer por um instante; essa é simplesmente a natureza desse tipo de filme e não podemos lutar contra ela. Ainda assim, acho que caberia nos dar ao luxo de ver o momento final de cada confronto, em que os Constructicons são derrotados de maneiras épicas e criativas pelos triunfantes Autobots. Menos o Jetfire, claro, esse a gente sabe que vai dançar logo, logo.
Terminado o conflito com os Constructicons, Sam finalmente alcançaria Optimus, mas quase seria morto por um disparo do Megatron e teria uma experiência transcedental em que ele se encontraria com os Primes dentro do AllSpark, como acontece no filme. Depois de seu lindo discurso, os Primes restaurariam a Matriz, desta vez em um tamanho pequeno para que Sam pudesse manipulá-la, e Optimus seria ressuscitado com ela. Este é o momento do filme que revela que o Fallen possui a habilidade de se teleportar, aparecendo do nada em cima do Optimus e então pulando diretamente para o topo da pirâmide sem muito esforço. Por mais legal que seja ele ter essa habilidade, eu receio que eu tenha que tirá-la dele porque ela é simplesmente poderosa demais e levanta um potencial número de furos. Se o Fallen consegue se teleportar com tanta facilidade (muito mais que Jetfire), por que raios ele demora tanto assim para chegar na batalha final então? E por que ele não usa esse poder para dar ataques fatais em seus inimigos? Se ele quisesse, ele acabaria com todo mundo ali bem rapidinho! É por isso que, para evitar todas essas perguntas, o único jeito é tirar o teleporte dele e fazê-lo chegar na batalha caindo do céu. Pelo menos ele poderia continuar tendo telequinese porque esse poder não é tão apelão quanto teleporte e é muito irado ver ele fazendo vários objetos levitarem. Mas afinal, por que mesmo que o Fallen demorou tanto para chegar na batalha? Por que ele não podia ter saído de casa mais cedo e chegado no horário? Ainda não respondemos esse inferno de pergunta! Então, aqui vai a minha melhor resposta: no próprio filme, quando vemos o Fallen pela primeira vez a bordo da Nemesis, ele parece estar completamente conectado ao seu trono através de vários tubos e outros aparatos, no maior estilo Space Jockey de Alien. Isso dá a impressão de que ele está enfraquecido e precisando de algum tipo de tratamento médico, mas basta o Optimus ser morto que ele imediatamente se levanta como um garoto saudável e chega na Terra já na cena seguinte. Já na minha versão, ele permaneceria enfraquecido em seu trono até mais perto da batalha final, quando já estivesse visivelmente recuperado. No início, seu corpo seria completamente escuro, sem brilho algum, e sua voz soaria doente; aos poucos, sua voz se tornaria mais forte e todas as linhas de seu corpo começariam a brilhar com uma luz alaranjada intensa, culminando no momento em que ele se levantaria de seu trono parecendo estar em chamas de tão reluzente, fazendo aquela boa e velha referência ao seu visual original nos quadrinhos da Dreamwave. Alguns Decepticons como Megatron, Starscream e o próprio Fallen também poderiam fazer comentários ao longo do filme sobre o estado do vilão, enfatizando que ele precisa recompor todas as suas energias antes de vir para a Terra. É interessante pensar como o próprio filme chegou tão perto de dar essa mesma explicação para solucionar um problema tão simples, e mesmo assim decidiram desperdiçá-la apenas para fazer o Fallen ter uma pequena cena dramática ainda na metade do filme.
De volta à ação, o Fallen roubaria a Matriz, visivelmente a fazendo aumentar de tamanho com um movimento de suas mãos, e então sairia levitando até o topo da pirâmide. O resto do filme seguiria normalmente, com Jetfire se sacrificando, Jolt combinando as peças dele com o Optimus (eu não ligo se as pessoas continuassem com as piadinhas de que o Optimus está "vestindo um cadáver", o drama do momento ainda funciona e o sacrifício do Jetfire merece ser mais respeitado), e o Optimus por fim salvando o dia ao destruir a máquina e derrotar o Fallen. É claro que, como os bons fãs que somos, não vamos resistir a deixar a luta final entre eles um pouquinho mais longa, ainda mais porque ela só foi curta daquele jeito por culpa dos inúmeros problemas da produção do filme, o que significa que, em um mundo hipotético onde tudo deu certo, podemos sim presumir que a luta teria sido mais longa. Ao término do confronto, no entanto, temos mais um dos muitos momentos "controversos" do filme, que acontece quando Optimus arranca o rosto e a centelha do Fallen enquanto proclama em alto e bom som, "me dá o seu rosto!". Mais uma vez, muita gente acha que esse momento é cruel e violento demais da parte do Optimus, mesmo levando em conta que ele não tinha outra opção além de matar o robô que é literalmente o diabo em pessoa dos Transformers. "Isso é algo que o Optimus G1 jamais faria", eles dizem. Ironicamente, essas mesmas pessoas parecem achar o máximo quando o Optimus arranca a cabeça inteira do Scourge ainda conectada à sua coluna vertebral no final de ROTB, só porque ele faz isso em nome do seu querido amigo Bumblebee ou algo assim, então aí pode. Aparentemente isso é algo que o Optimus G1 faria, seguindo a lógica deles. Então já que é assim tão fácil manipular a reação das pessoas, só o que eu faria nessa cena de ROTF seria mudar as palavras do Optimus para algo como "você não merece usar esse símbolo sob o seu rosto", esclarecendo que o que ele está arrancando do Fallen é na verdade apenas uma máscara, e que ela é um símbolo da Dinastia dos Primes que ele não é digno de usar. Pronto, problema resolvido, agora o Optimus é um verdadeiro herói da justiça e da bondade e não mais um mero justiceiro psicótico. Ah bom, então assim sim, como diria o Chaves!
E dessa forma chegamos ao fim do filme. Não tenho muito o que dizer sobre as cenas finais, já que nada de muito importante é deixado em aberto. Seria legal ver um pouco mais dos outros Autobots ao fim da batalha e a bordo do porta-aviões de volta para casa, já que eles meio que desaparecem dos últimos minutos do filme. Mostrar o Optimus recuperando a Matriz de dentro da máquina e a inserindo em seu peito também seria um detalhe importante de mostrar; eu imagino essa cena do mesmo jeito que vemos ele recuperando o último fragmento do AllSpark do peito do Megatron no final do primeiro filme. O diálogo final entre Optimus e Sam sem dúvidas poderia ser mais longo, e o mais importante de tudo seria que eles tivessem algumas falas confirmando que todo o conteúdo do AllSpark que estava armazenado no corpo do Sam foi transferido para a Matriz da Liderança, algo que supostamente acontece no filme mas é deixado sem nenhum esclarecimento. E é isso, o resto acho que funciona do jeito que é, não preciso de nada muito extravagante para encerrar a minha versão do filme. Quem sabe uma última cena durante os créditos mostrando o Soundwave ainda no espaço, prometendo seu retorno na sequência, para fazer um paralelo com o Starscream saindo da Terra nos créditos do primeiro? É, pode ser. Sem mais o que acrescentar, deixo os créditos subirem.
Agora, não vamos nos enganar, é claro que eu não vou parar de pensar nesse filme o tempo todo só porque coloquei todas essas ideias para fora de uma vez. Já fazem quinze anos que penso em como eu gostaria, como eu precisava que esse filme tivesse sido diferente, tivesse sido melhor, e sei que vou carregar essa cruz comigo pelo resto da minha vida. É o meu vício, a minha obsessão, a minha sina, afinal. Mas tudo bem, eu já fiz as minhas pazes com isso, e pelo menos assim posso continuar exercitando meu cérebro e minha criatividade sempre que não tiver nada melhor para pensar.
Espero que vocês tenham gostado de ler sobre a minha versão definitiva de Revenge of the Fallen e que tenham concordado com as mudanças que eu propus. Se você também está se sentindo deprimido por querer assistir a essa versão do filme sabendo que ela nunca se tornará realidade, saiba que você não está sozinho. E se você acha que tem ideias melhores que as minhas (o que seria muito ousado da sua parte, por sinal), pode deixá-las nos comentários aí embaixo ou então guardá-las para você mesmo, a escolha é sua.
Muito obrigado a todos que leram e apreciam a minha reflexão de hoje, e nos vemos por aí.